Siga-nos nas redes sociais:

 
Homília de dom Petrini na missa do padroeiro da Diocese São Thomaz de Cantuária

Festa de São Thomaz de Cantuária 2014

  - Querido povo de Deus de Camaçari (e cidades vizinhas) a quem, pela autoridade do Papa Bento XVI, Deus me enviou como sucessor dos Apóstolos, para confirmá-los na fé, amadas famílias, queridos trabalhadores, prezados empresários, caríssimos adolescentes e jovens, membros de diversas pastorais, movimentos eclesiais, novas comunidades e grupos de evangelização, Caríssimos irmãos e irmãs, I Encontramo-nos na Praça da Catedral para festejar o Santo Patrono de Camaçari, São Thomaz de Cantuária, ainda no início do ano civil. Aqui está o povo de Camaçari: as autoridades da cidade, famílias, crianças e adolescentes, trabalhadores do polo, empresários, comerciantes, funcionários públicos, estudantes, jovens, todos reunidos na praça Desembargador Monte Negro, praça principal da cidade, na frente da Igreja Catedral dedicada a São Tomás de Cantuária. Aqui chegamos após uma breve caminhada desde a Igreja de Santana onde o Pe. Otoniel é o pároco, passando pela praça da noite, caminhando na nova avenida construída ao lado do Rio Camaçari, até a Cidade do Saber, e daqui até a Catedral. Fizemos esse caminho para valorizar o belo trabalho de urbanização do Rio Camaçari que embeleza nossa cidade. Estamos aqui reunidos para apresentar a nossa vida, nossas famílias, e trabalhos, nossas esperanças e tribulações, esta nossa cidade a Deus, para que Ele nos proteja, para que, por intercessão de São Thomás de Cantuária nossos adolescentes e jovens possam crescer com sabedoria e equilíbrio, para que nossas famílias cresçam na capacidade de amar um ao outro, de respeitar um ao outro, de cuidar com amor uns dos outros, para que possamos aprender a perdoar assim como Deus nos perdoa quando pedimos sua compaixão e misericórdia. Camaçari é uma das cidades que mais cresce no Brasil. Continuam chegando grades empresas, trazendo riqueza e oportunidades de emprego. É a cidade das oportunidades. Muitos são os sinais desse crescimento: admiramos a via Parafuso duplicata, novos condomínios, novos bairros, novas avenidas, muitas casas populares, e também condomínios de classe media. A esse crescimento admirável da cidade não corresponde, no entanto, um crescimento humano e espiritual. Os noticiários falam sempre de muita violência. O Papa Francisco, (que sentimos muito próximo de nós quando esteve no Rio de Janeiro e o vimos com três milhões e meio de jovens na praia de Copacabana), recentemente falou sobre Caim. Tomado pela raiva e pela inveja, Caim matou o irmão Abel. E quando Deus lhe perguntou: Caim onde está teu irmão? Ele respondeu? Por acaso sou eu o guardião do meu irmão? A atitude de Caim que não quer saber do irmão, antes, o agride e o mata, se expandiu e tornou-se mentalidade difusa no mundo inteiro, mas também cresce nas casas e nas ruas de Camaçari tornando a convivência do dia a dia sempre mais desumana. Nós queremos levar a sério o que aconteceu no Natal, a Presença de Jesus Cristo na nossa vida, exatamente para nele encontrar a resposta a este grande desafio. Pois, Deus, o Criador e Pai, o que faz brilhar o sol de dia e as estrelas de noite e a tudo dá vida, enviou a nós o seu Filho para nos salvar, para que tenhamos vida feliz e paz, vida em abundância. Os anjos disseram aos pastores: “Nasceu para vós um Salvador, (...) glória a Deus no céu e paz na terra aos homens por Ele amados”. Jesus veio a este mundo para salvar não somente nossas almas depois de mortos, mas a nossa existência agora, do vazio, da solidão, da insensatez, do medo, da violência, para que vivamos com equilíbrio, justiça e piedade, conforme o seu desígnio de amor. Na primeira leitura de hoje, São João nos diz: “caríssimos, amemo-nos uns aos outros, porque o amor vem de Deus e todo aquele que ama nasceu de Deus e conhece a Deus. (...) Foi Ele que nos amou e enviou seu Filho como vítima de reparação pelos nossos pecados.” Nós não damos conta, com nossas capacidades, de construir a paz. Nós precisamos do Salvador, precisamos da sua misericórdia e da sabedoria do seu Evangelho, Senhor Jesus, da luz de sua presença divina, da sua potência que vence a morte, para orientar nossos passos, para sustentar nossa caminhada. Os santos Reis eram ricos, tinham poder e conhecimento. Mas percebiam que a riqueza, o poder e o conhecimento não bastam. Não bastam para ser feliz. Estavam inquietos, espiando se não haveria alguma resposta nas estrelas. Queriam descobrir o significado da vida e da morte, do amor e do trabalho, os caminhos da felicidade que dura, o segredo para construir a paz. E, guiados pela estrela, foram ao encontro de Jesus e o adoraram. Jesus Veio para nos ensinar outra mentalidade, diferente da de Caim, a do bom Samaritano. Vendo uma pessoa caída à beira do caminho e machucada pelos assaltantes, ele parou, derramou óleo em suas feridas, o carregou no seu animal e o levou até uma hospedaria e pagou do seu bolso para que fosse curado. O próprio Jesus é o bom Samaritano que cura as nossas feridas e nos pede que nós façamos o mesmo uns com os outros. Thomaz de Cantuária, homem de fé, nos ensina este caminho. O Evangelho que ouvimos hoje diz: “Jesus viu a multidão e sentiu compaixão, porque eram como ovelhas sem pastor. E saciou aquele povo faminto e todos ficaram satisfeitos.” Quando seguimos Jesus Cristo e nos deixamos iluminar pela sua Luz, nós também ficamos satisfeitos e começamos a mudar. Nossa vida se torna mais apaixonada e intensa, mais carregada de beleza e de significado. Ficamos mais atentos ao drama das outras pessoas, mais pacientes diante de situações duras; mais corajosos para enfrentar desafios, mais equilibrados para responder às provocações, mais abertos para socorrer os pobres. Em suma, nossa vida torna-se mais humana, com uma capacidade maior de compreender e de amar. O Papa Francisco é um exemplo claro dessa humanidade melhor. Mas também os milhões de jovens que estavam no Rio de Janeiro manifestaram um modo de viver e de conviver de qualidade superior. Nosso mundo que dispõe de tantas coisas admiráveis e se ilude de viver melhor ignorando a Deus, rejeitando Jesus, combatendo a religião, torna-se desumano: os relacionamentos são mais duros, nossos sofrimentos parecem não interessar a ninguém, vive-se a solidão mesmo cercados gente. Assim, muitas vezes, nas escolas, o bem do aluno deixa de ser o interesse principal, nos hospitais, o bem do doente deixa de ser o foco prioritário, nos tribunais, a justiça deixa de ser o ideal mais importante. Eu imagino Camaçari como um grande parque dominado pela figura de Cristo Redentor e pela Palavra de Deus, lugar da fraternidade e da paz. A vida nos reserva momentos de alegria: um jantar com amigos, um filho ou um neto que brinca no quintal, feliz porque se sente amado. Mas na maior parte das vezes, a vida é de chorar. Como Madalena que foi ao túmulo onde tinham colocado Jesus, desconsolada, do lado de fora, chorava, diz o Evangelho.  É de chorar, a não ser que o Senhor Ressuscitado nos chame pelo nome como fez com ela. Maria. Ela voltou-se e disse Rabuni, Senhor!. Então ela parou de chorar e cheia de felicidade correu para dizer aos discípulos: Eu vi o Senhor, ele vive, ressuscitou. Não sei vocês, mas eu necessito desta certeza, de reconhecer Jesus Ressuscitado que me chama pelo nome, desta fé que o testemunho de tantas pessoas e a minha própria experiência confirmam. II O nosso Padroeiro, São Thomaz Becket, Thomaz de Cantuária, é para nós motivo de inspiração, modelo de vida e também intercessor junto ao Pai. Ele era um homem de inteligência brilhante, de grande poder e riqueza, era grão chanceler do Rei Henrique II da Inglaterra, no século XII, mas era também um homem de grande fé e cultivava a amizade com pessoas de grande experiência religiosa. Por isso, ele considerou que a verdadeira riqueza era Jesus e preferiu aceitar o martírio e permanecer fiel a Deus e à Igreja, do que preservar a vida, mas agindo contra a liberdade e contra a justiça de Deus. Thomaz Becket estava a serviço da corte do Rei, mas encontrava na Palavra de Deus e na Eucaristia não somente o alimento para a sua fé, mas também a sabedoria que nele era tão admirada e sua capacidade de governar e de cuidar dos pobres. Isto fazia a diferença, juntamente com a devoção à Virgem Maria. Quando foi nomeado bispo, deu as demissões do cargo de Chanceler e defendeu ativamente a liberdade e a justiça. Passou a viver  com simplicidade e a acolher em sua casa os pobres, chegando a lavar-lhes  os pés. Mas, entre os dois antigos amigos surgiu um grave conflito, insuflado por pessoas maldosas. Em 1164, Thomaz é condenado por traição à coroa e seus bens são confiscados. Foge para pedir ajuda ao Papa e chega na França, onde se refugia como perseguido. O rei Henrique II persegue amigos e parentes de Becket, desponjando-os de tudo. Depois de seis anos em exílio, Thomaz e Henrique II fazem um frágil acordo de paz. Ele volta para sua terra, acolhido e aclamado em toda parte por uma multidão de fieis que admirava sua fé. Chegou a Cantuária  em 29 de Dezembro de 1170. Quatro cavaleiros entraram na Catedral e assassinaram Thomás Becket nos degraus do altar, enquanto, com seus padres, cantava as vésperas. O rei não queria que Thomaz Becket fosse assassinado, mas os barões que o mataram imaginavam fazer a vontade do Rei. Já na manhã seguinte, a multidão invocava Thomaz Becket como santo. Sua morte despertou grande fervor cristão em todo o povo. O lugar do martírio tornou-se imediatamente meta de grande veneração popular e de peregrinações, verificando-se numerososas curas e milagres. O Papa, apenas três anos depois, canonizou Thomaz Becket (São Thomaz de Cantuária). Nós admiramos a personalidade e a fortaleza de São Thomaz. Se em Camaçari o povo cristão tem um grande amor à Eucaristia e lota a Catedral todas as quintas feiras para a adoração do Santíssimo, é certamente por influência dele. Mas podemos nos aproximar de sua grandeza humana se percorrermos um caminho de fé semelhante ao seu: caminho simples, possível para qualquer pessoa. São Thomaz amava a Eucaristia, vivia uma grande familiaridade com a Palavra de Deus, se compadecia dos pobres socorrendo-os em suas necessidades, encontrava conforto na amizade com a Virgem Maria.   III A Diocese de Camaçari neste ano continuará estruturando sua presença. Tendo construído o Auditório, construiremos seis salas e a Cúria. Foram criadas nestes três anos 4 novas paróquias e 4 áreas pastorais para atender comunidades mais afastadas. Dremos continuidade à formação de adolescentes, está sendo projetado um campeonato de futebole, um trabalho para acolher idosos. Louvado seja NSJC Viva São Thomaz de Cantuária   +João Carlos Petrini Bispo de Camaçari - BA  

 
Indique a um amigo
 
 
Notícias relacionadas

Fale com a cúria

Newsletter
CADASTRE SEU E-MAIL e receba notícias atualizadas da Diocese de Camaçari

Copyright © Diocese de Camaçari. Todos os direitos reservados