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Cearense Benigna Cardoso se torna beata e símbolo da luta contra a violência à mulher

Benigna Cardoso da Silva se tornou beata, nesta segunda-feira (24/10), na cidade do Crato, no Ceará.

A celebração começou às 17h30 e foi presidida por Dom Leonardo Steiner, Cardeal brasileiro e Arcebispo de Manaus (AM), representante do Papa Francisco, que foi quem autorizou a beatificação, em 2019.

A data escolhida para a celebração não foi por acaso. 24 de outubro, no Ceará, é o Dia Estadual da Luta Contra o Feminicídio, causa social que ganhou Benigna como símbolo, e também data do martírio da beata.

O Parque de Exposições da cidade foi escolhido para receber a celebração por um motivo: acolher os mais de 60 mil devotos que eram esperados na cidade. E a escolha se fez justa, já que a expectativa se tornou realidade e o local esteve repleto de fiéis durante a beatificação.

 em Cristo, depois de termos ouvido o parecer do Dicastério para Causa dos Santos, com a nossa autoridade apostólica, ordenamos que a venerável Serva de Deus, Benigna Cardoso da Silva, jovem leiga, mártir, que observando a palavra de Deus, conservou sua vida para defender a sua dignidade de mulher até a efusão do sangue, doravante seja chamada com o nome de beata”, disse Dom Leonardo antes dos aplausos e gritos dos fiéis.

Benigna virou símbolo de católicos cearenses após recusar ter relações sexuais com outro jovem em Santana do Cariri, cidade natal dela, em 1928.

Ao recusar, a menina foi assassinada brutalmente com golpes de facão. A história de Benigna se popularizou, e a adolescente conquistou devotos por todo o estado como uma mártir.

Após a morte, a menina passou a ser venerada na região do Cariri como símbolo da resistência contra feminicídio e violência sexual contra crianças e adolescentes.
Com a oficialização desta segunda-feira(24/10) junto ao Vaticano, Benigna se tornou a primeira beata do Ceará e a quarta mártir do Brasil.

O processo de beatificação começou em 2013, quando a Diocese do Crato recebeu do Vaticano o "Nihil Obstat", ou seja, o "Nada Impede" para que se pudesse dar início à busca pelo título de beata.

A cerimônia estava originalmente prevista para 2020, mas foi adiada devido à pandemia de Covid-19.

A fé em Benigna

Mais de 80 anos depois, o martírio de Benigna ainda movimenta intensamente os católicos na região do Cariri. A cidade da mártir espera uma quantidade de visitantes cinco vezes maior que o tamanho da população local a cada outubro, quando são realizadas as romarias em homenagem à menina.

Os eventos, inclusive, reúnem dezenas de meninas e meninos vestidos com o típico traje vermelho com bolas brancas, roupa característica de Benigna.

Espontaneamente - e por muitas décadas - as pessoas iam até o local onde ela foi assassinada para rezar e pedir a sua intercessão, acender velas e colocar flores. O local do martírio foi marcado na época com uma cruz fincada no chão, que depois se tornou um monumento.

Em 2004, um grupo de leigos provenientes de Natal (RN) decidiram, então, celebrar uma missa na data e no local do martírio. Mas, como o local é de difícil acesso e de propriedade privada, o povo construiu próximo dali uma capela, construída de pedra cariri, em 2005.

A partir daí, as romarias começaram a ser promovidas, cresceram e ganharam mais importância quando a Igreja assumiu a causa em 2013, quando teve início o processo de beatificação.

Em 2019, o público estimado na romaria chegou a 30 mil pessoas. Para 2022, a cidade esperava receber - sobretudo pela cerimônia de beatificação - cerca de 60 mil pessoas.


Para os próximos anos, então, a região do Cariri espera melhor receber os devotos da mártir com o "Complexo de Benigna" que já está com 35% dos trabalhos concluídos e fica próximo à capelinha do martírio que existe até hoje.

A previsão de entrega da obra está prevista para agosto de 2023. O local vai contar com uma estátua da futura Beata de mais de 20 metros e um espaço para oração que será chamado de Santuário de Benigna.

Fonte: A12
Fotos :Reprodução/Youtube

 
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