O Pe. Reinaldo Balbino, pároco da Paróquia São Tomé Apóstolo, concedeu uma entrevista para o Portal Fé Católica, na entrevista ele falou sobre a história do apóstolo que preferiu conferir com os próprios olhos sobre a Ressurreição de Cristo e fez a mais sublime profissão de fé quando exclamou "Meu Senhor e meu Deus", confira :
Sobre a origem de São Tomé, o Pe. Reinaldo relata que o Senhor Jesus o chamou dentro de sua realidade, com suas fraquezas e até com suas crises de fé. Ele conta que não se tem uma data exata de quando nasceu, mas lembra que ele é do século 1º. “Era judeu, da Galileia e provavelmente pescador. Seu nome aparece onze vezes no Novo Testamento. Tomé ou Tomás, significa “gêmeo”. No grego, a palavra equivalente é Didymus (Dídimo). Isto nos faz supor que ele tinha um irmão gêmeo. Ele acompanhou Jesus como discípulo durante os três anos de vida pública do Mestre”, recorda.
Para o pároco, olhando o seu perfil psicológico em relação às suas intervenções narradas nos Evangelhos, “podemos dizer que ele é organizado e calculista e é um daqueles que não compra sem ver ou apalpar o produto”.
Pe. Reinaldo fala que o santo foi aprendendo de Jesus a adaptar-se às circunstâncias conforme às necessidades do povo que o cercava. O pároco destaca que Senhor Jesus revelou a nós coisas maravilhosas através de São Tomé, quando cita o evangelho, ao qual escreveu João, no capítulo 14, verso 6: "Tomé lhe disse: ‘Senhor, nós nem sabemos para onde vais, como poderíamos saber o caminho?’ Jesus lhe disse: Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vai ao Pai a não ser por mim”.
Ele lembra que Tomé nunca teve medo de expor a realidade de sua fé e de sua razão, que queria saber cada vez mais e melhor, ressaltando que “quando Jesus apareceu aos apóstolos ao ressuscitar, Tomé não estava ali, e aí encontramos seu testemunho”. “Oito dias depois, os discípulos encontravam-se reunidos na casa, e Tomé estava com eles. Estando as portas fechadas, Jesus entrou, pôs-se no meio deles e disse: “A paz esteja convosco”. Depois disse a Tomé: “Põe o teu dedo aqui e olha as minhas mãos. Estende a tua mão e coloca-a no meu lado e não sejas incrédulo, mas crê!” Tomé respondeu: “Meu Senhor e meu Deus!”, narra sob a referência em Jo 20,26-28.
Carisma
O sacerdote assinala que São Tomé levou a fama de incrédulo (Disse Jesus: “Não seja incrédulo, mas fiel!” – Jo 20,27). “Talvez, por sua forte tendência a verificar a realidade. Mas percebemos que ele é sincero, não é fingido, não enrola”, frisa.
Pe. Reinaldo exemplifica dizendo que às vezes alguém aparece a nós e pergunta: “você me conhece?” e podemos até negar dizendo "que não lembra", mas muitas vezes pela insistência, "enrolamos dizendo que conhecemos, só pra dizer". "Tomé não foi assim. Ele foi sincero”, salienta.
Ele reitera ainda que quando São Tomé se dá conta e reconhece, ele é rápido diante da evidência do Cristo ressuscitado e expressa uma das grandes profissões de fé, que continua ecoando até hoje nos lábios dos que creem: “Meu Senhor e meu Deus!”. “E abre a ocasião para Jesus esclarecer como se dá o exercício da fé, isto é, deve-se acreditar sem ver: ‘Felizes os que não viram e acreditaram’,”, aconselha.
O pároco ainda relembra Papa São Gregório Magno que meditando essa realidade de São Tomé diz: “A incredulidade de Tomé não foi um acaso, mas prevista nos planos de Deus. O discípulo, que, duvidando da Ressurreição do Mestre, pôs as mãos nas chagas do mesmo, curou com isso a ferida da nossa incredulidade”.